As pessoas não são oportunidades.

Ele mandou-me beijos na barriga macia, como quem diz que sou gordo, flácido, e tenho uma grande pança.

Aproveitar bem o resto de 2009, para ser infeliz, que em 2010 não haverá tempo para tal. Tu sabes.

Porque se repetires muitas vezes, é verdade. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem. Sinto-me bem.

Custa saber que nunca teremos o corpo que gostaríamos de ter?

Eu disse que tipa X tem cara de rata. Ela concordou. "Mas não de rata vagina; de esgoto!", acrescentou.

Agrada-me loucamente, isto de separar o "agora" (fim de 2009) e o "resto da minha vida" (2010 and beyond). É tão natural, tão realista.

Ele disse-me que me prefere quando estou deprimido. Diz que já sou defensivo por natureza, e que, quando alegre, o nível sobe ainda mais.

Mas o que se passa não é isso, mas precisamente o contrário. Se alegre, não preciso de me defender. É uma espécie de síndrome super homem: nada me afecta, porque o meu super poder é a indiferença. Se me sinto bem, porque haveria de ser sensível ao que está fora? Quando alegre, sou auto-suficiente. Daí amar a boa-disposição. Não há nada como a auto-suficiência.

Ando a pensar se este medo do medo fará sentido na minha lista de objectos que permanecem em 2010. Já lá vão 225 posts de verdade. Para 2010 quero mentira.

Estou a ficar de caganeira. Natal uma vez, Natal sempre!

Começa hoje aquela semana fantasma, que dura até à passagem do ano.

Na noite passada tive uma epifania. Uma epifania tão boa, tão completa, tão extraordinária, que se não passar a viver melhor depois dela, não sei como tal poderia ser possível.

"Olá tia. Agradeço o teu presentinho, a minha mãe já mo deu. Bom Natal para vocês todos. Beijinhos."

Ando com demasiado ódio dentro de mim.

Em 2010 cultivarei o calculismo. Ninguém me tira da ideia que calculismo é o caminho.

Ser menos dependente; aumentar o elenco de personagem secundárias; nivelar melhor as coisas à volta; abrir-me, abrir-me, abrir-me.

Não vejas este blogue no Google Reader. Visita-o. É rosinha, tão bonito!

Nunca fui um bom panilas. Sei que nunca o serei. Todos sabemos muito bem que devia ter nascido assexual.

Ela disse: Quando um gajo tem as tripas na mão, é melhor olhar bem, a ver se são mesmo as nossas.

Às vezes, quando reconheço que sou uma má pessoa, sinto-me mais leve. O mero reconhecimento é essencial. É destrutivo, mentir a nós próprios. Muito mais que mentir ao outro. Entre um e outro, não tenho dúvidas quanto à escolha.

Como por exemplo, há quem diga que não precisa de ser amado. Eu acredito que quem o diz está a mentir a si próprio. Eu quero muito, muito ser amado.

Se 2010 for a mesma merda que foi 2009, esforçar-me-ei por não chegar a 2011.

Odeio homens mais belos e mais sexy do que eu.

Descobri, nos rascunhos do telemóvel, a seguinte mensagem: "O que eu queria dizer não era que ficas cá [em Lisboa], mas que ficas comigo".

Séc. XXI. "Mas como se atreveu ele a bloquear-me no MSN!?", pensei eu, irado.

Porque homem que é homem não chora, ela perguntou-me se a minha testosterona desapareceu.

Por causa dos meus novos ténis, descobri que tenho um peito do pé esquerdo mais alto que o peito do pé direito.

Não sei se ando a odiar certas pessoas por andar fodido com a vida, ou se ando fodido com a vida por andar a odiar certas pessoas. Seja como for, não é bom.

Ela disse: "Quem me dera que as gajas me dessem tesão. Seria tudo muito mais simples."
Eu disse: "Olha... também a mim."

Tenho pensado muito nos meus amores frustrados. É igualmente cansativo e improdutivo.

Acordei de um sonho bom com uma dor de cabeça louca.

A paixão, para funcionar, não pode ser aborrecida. Por isso tem cuidado com quem te apaixonas.

Há muita coisa que ainda não ultrapassei. Caralho.

Para não chatear as pessoas à minha volta, escrevo este blog.

...há problemas irresolúveis que preciso resolver primeiro.

Sintomático. Chegar a casa e ficar mal-disposto.

Há claramente pessoas que têm potencial para a paternidade e pessoas que não o têm. Às que não têm, não deveria ser permitido ter filhos.

Pergunto-me como é possível sentir-me tão mal num dia a seguir a outro em que me senti tão bem. Quero um dia bom que se prolongue infinitamente.

Passei o dia inteiro a cantarolar uma música da Beyonce. Naturalmente, já me dói a cabeça.

Seja como for, hoje não é o dia de começar a lutar por seja o que for. O dia é 2010. Pelo menos até chegarmos a 2010 - altura em que passará a ser 2011.

Uma amiga mandou-me isto. Achei a ideia simpática, mas pouco prática.
Prático, prático é não lutar por nada, e observarmo-nos enquanto nos enterramos mais e mais numa existência desesperadamente inócua.

Matar ou dormir.

Ontem, finalmente, provei sushi.

Deixei de ser cruel para passar a ser um chato. Não foi uma evolução positiva.

Acabo de combinar com a minha amiga irmos ao Porto em Fevereiro. Compraremos ténis e comeremos nortenhos. Arrasaremos, com os nossos casacos novos.

"Estar carente" não é necessariamente equivalente a "estar com o cio".

Em 2010 quero ser saudável. E isso não passa só por deixar de ir comer ao Mcdonalds.

O meu ex-cunhado mandou-me um mail de Barcelona, a dizer que aquilo é muito lindo, que eu amarei ver as coisas do Gaudí, Picasso e Miró ao vivo, e que aquilo é óptimo para "pessoas com sexualidade alternativa" (eufemismo fofinho). Disse até que o hotel em que está diz ser gay friendly. Caraças...

Queixei-me de que não há amor, e uma amiga está aqui a tentar animar-me, fornecendo-me links de tipos que procuram homem no terravista. Até agora, este é o meu preferido. Penso contactá-lo.

Recuso-me a aceitar requests de gente feia, no facebook.

Tenho gente em casa, mas agora não me apetece fingir ser social. Quero estar mais o meu pijama, sentado no fim da cama, a levar com o calor do aquecedor na tromba. E que isso seja tudo o que existe.

O pior tempo verbal é sem dúvida o Passado. Diria mesmo que é absolutamente descartável. Amaldiçoado seja quem o inventou.

A pessoas acha-me graça. "Ah, que interessante és", fora do comum, personalidade forte, e giro, e tudo o que é bom. Depois há aquela fase em que a relação é forte, e necessitamos um do outro realmente, porque nos fazemos sentir bem. Mas durante esta fase nunca deixo de ser eu, e ser eu implica estar em constante luta consigo próprio, pelas mais variadas razões (nisso permaneço um original). Às tantas, o/a indivíduo(a) cansa-se de que eu viva unicamente para mim, e tudo esfria. Isto está sempre a acontecer, uma e outra vez.
Já é previsível. Já não tem piada. Ok, sr. Destino?

Fim-de-semana sozinho em casa. Eu, os filmes e o livro, com uma pausa na noite de sábado para fazer babysitting da sobrinha.

Esqueci-me completamente de que os meus pais vão passar o fim-de-semana fora. É portanto claro que ando sem tipo para meter cá em casa.

Não esperava poder ouvir o mar na minha caneca do chá, mas é o que está a suceder.

1. Por vezes um pequeníssimo acontecimento, normalmente exterior a nós, é o suficiente para nos pôr a reflectir todas as oportunidades perdidas.
2. Ao longo dos anos tenho repudiado aquele dito do "arrepende-te do que não fizeste, e não do que fizeste", mas talvez tenha andado a ser estúpido.
3. Arrependo-me sempre do que não fiz. E isto, para um tipo que parece viver sob o signo do não-fazer, é fodido.
4. Fazer, fazer, fazer, fazer. É um dos novos motes para a década que vai entrar.

«Não, por favor, não me ataque esta noite», digo eu à sra. Melancolia. A puta.

Às vezes tenho vontade de voltar ao modo de vida dos tempos do homem pré-histérico. Não sei é se sobreviveria. O meu histerismo é tão esmagador.

Odeio estes dias, nos quais o Vitinho dá ao fim da tarde.

Quase no final da conversa: No fundo, todas as pirocas são metáforas.
Ele concordou.

Ouvir Billie Holiday pela noite toda não será, definitivamente, o caminho.

Unrequited love's a bore / And I've got it pretty bad / But for someone you adore / It's a pleasure to be sad

Aos que acabaram de adicionar este blogue ao Google Reader. Não pensem que vão encontrar aqui alguma coisa com interesse. Aqui sou eu, eu, eu, e eu sou aborrecido, aborrecido, aborrecido. Escrevo este blogue, aliás, para confirmar essa tese.
Tenho-me safado muito bem.

Há poucas coisas mais docinhas do que um tipo que saiba cozinhar.

Basta um olhar rápido pelo meu guarda-roupa para notar um gorro, uma camisola e dois casacos novos.
Pensando bem, não sou assim tão infeliz como julgo na maior parte do tempo.

Hoje, na Zara, vesti o casaco e dirigi-me ao espelho. Quando me mirei, sorri um sorriso inesperado e sincero. Estava mesmo bonito. E há poucas coisas tão deliciosas quanto o sentirmo-nos bonitos. Eu digo: que se foda o intelecto!

A classe das bichas é sem dúvida a mais mentirosa de todas. Digo-to eu, que também não sou de confiança.

Irrita-me loucamente, essa tentação de o casal viver como uma entidade. Se há coisa que dificilmente perderei, é a minha identidade enquanto indivíduo. Gostaria que se passasse o mesmo com as pessoas à minha volta.

À minha volta, anda tudo a comer italianos. Para mim é tão last season. Acho uma terrível falta de gosto.

Não aprecio pessoas que só me dizem que gostam muito de mim quando estão bêbedas.

2009 era para ter sido o ano da felicidade.

Agora não posso, que estou a ver vídeos de gatinhos, no Youtube.

I'm as smart as Homer Simpson, a little bit thinner. Not much, though.

O dia nasceu há muito. Oiço o álbum da Floribella. «Assim será», diz ela. «Assim será, miga», respondo-lhe.

Gostaria de ter-lhe perguntado se o outro se veio na cara dele. Espero que sim, e que lhe tenha ido parar ao olho.