30.9.09

Não tenho ido às aulas. Apesar das promessas, continuo a ser eu.

29.9.09

Pode não haver dinheiro, amor, alegria. Pode ser tudo muito difícil, que eu lá me vou aguentando sempre. Mas quando as dores me atacam, carambas, que se vão as forças.
Nunca tive jeito para lidar com a dor física. Sou muito pouco estóico.
Ontem disseram-me que estou cada vez mais bonito. Sou naturalmente desconfiado do elogio, mas pareceu-me genuíno, pelo que me senti realmente bonito, o que tem muito mais valor que o sê-lo.
Ia ver o Chungking Express ao São Jorge, hoje, mas o acaso assim não o quis. Por uma amiga, não vou ver um dos meus filmes preferidos no cinema. E assim é, que se mede a bondade das pessoas.
Quando oiço música cabo verdiana, o mundo pula e avança, como bola colorida, entre as mãos de uma criança.

21.9.09

Como naquele filme do Antonioni, em que a protagonista desaparece com meia-hora volvida, para não mais aparecer. O existir VS o não-existir.
Há algo que estou constantemente a esquecer: Quando existes, existe.
Hoje li o 1º acto de uma peça de Goethe e vi o último episódio dos Morangos com Açúcar.
Desde o início das aulas - hoje - já desisti de uma cadeira. Já só faltam 10.

18.9.09

O que é curioso, porque normalmente até sou mais fã do Burger King. Mas MacDonalds combina melhor com a depressão, não sei.
Ando deprimido. Só me tem apetecido comer hamburgueres do MacDonalds.

17.9.09

Sou uma bicha solitária.

16.9.09

Medo do medo do medo.

15.9.09

Ser um bocadinho mais forte, ser um bocadinho mais resistente, ser um bocadinho mais belo. E o mundo será então meu. Talvez, que também não é certo.
It's alright, it's alright, there's no time, so it's alright.

12.9.09

Os computadores são a invenção mais estúpida de sempre. Ganhamos mais tempo, mas para quê? O tempo ganha-se efectivamente? Cá para mim fragmenta-se. Os computadores só servem para fragmentar o tempo, o conhecimento, e potenciar a preguiça. Não consigo viver sem eles. É uma chatice.
Hoje fui aquele indivíduo que tu encontras sempre no cantinho, a comer dois hamburgueres, a beber coca-cola, a comer batatas fritas, com barba por fazer e um olhar vago.
Se tivermos em conta que apenas 10% da totalidade dos homens são gays (ou exercem práticas gay), e que desses 10% apenas 10% são belos e interessantes, conclui-se que fico com apenas 1% para mim. É desolador. Ainda mais desolador que o L'avventura.
Custa-me muito que nem todos os homens bonitos que se vêem por aí apreciem pilas.
Estou muito deprimido. Preciso de um hamburguer do McDonalds. Ou dois.
Vi o L'avventura mesmo de manhãzinha, que ditou o mood para o resto do dia. Só não digo que também eu já desaparecia, como a falsa protagonista do filme, porque é meio melodramático, e eu sou rapaz muito, muito racional.

11.9.09

Sozinho ou acompanhado, o resultado é mais ou menos o mesmo.

10.9.09

Cus. Cada um tem o seu, mas há uns que são de todos.
Ela queria encontrar-se comigo, mas eu neguei-o. Não me sinto em condições para estar com alguém que não conheça perfeitamente. Há quem lhe chame depressão.
Queria anular-me, despir-me de mim em tudo o que produzo, porque é minha impressão que impregno demasiadamente tudo do meu odor intenso e um pouco repelente. Por vezes consigo fazê-lo, deixar de ser eu, mas nesses momentos sinto não viver. É portanto uma faca de dois legumes, como dizia o treinador do Boavista.
Apesar de não dispensar propriamente a crítica negativa, sou muito sensível a ela.
Há uma música que ocupa um lugar especial no grande esquema da minha vida. Uma música que até nem é particularmente boa. Ou que, aliás, não é nada boa. Nadinha, mesmo. Um amigo disse-me que lhe fazia lembrar kizomba, e bem sabemos que isso implica automaticamente a mediocridade, ou uma quase-mediocridade, no mínimo.
No entanto, é a música com mais plays no meu iTunes. Mais precisamente 715, muito longe do ocupante da 2ª posição - que por acaso até é uma canção memorável, realmente boa - com as suas míseras 138. A razão pela qual esta música, cujo nome não revelarei, ocupa o 1º lugar da minha Top 25 most played no iTunes é algo que continua a escapar-me. O que significa, de certezinha, que sei muito pouco sobre mim.

9.9.09

Sou uma pessoa um bocado enjoativa. Só em doses pequenas tenho alguma piada.
É horrível estar zangado. Estar zangado suga todas as forças. É incrivelmente improdutivo.
O fim das férias dói.
Apetece-me partir a casa toda. Hoje, os pratos não chegariam para saciar a minha sede de destruição.

6.9.09

Ele disse-me que temos que ir ao endireita das almas. Eu, naturalmente, confirmei.
Na próxima vida quero ser porn star. A vida de um porn star não pode ser muito complicada. Muito mais complicada que a minha, pelo menos.
O dia nasceu. Os estores estão descidos.

4.9.09

Oiço a dança russa do Tom Waits, e não percebo porque é que os meus olhos não produzem lágrimas. É indecente.
Já me aconteceu chorar de raiva.
A depressão não combina com uma conta sem dinheiro.

3.9.09

O interesse da minha pessoa esgota-se nos meus óculos amarelos.
II. Agora, quando saímos à rua, passamos sem dificuldade por um duo pimba.
I. A minha melhor amiga, por solidariedade para com o meu recente e péssimo corte de cabelo, fez também ela um péssimo corte.
Hoje parti o meu primeiro prato, e não foi a lavar a loiça.
Tudo está mal quando são seis da manhã, e ainda não dormes.
Utopia. Um corte de cabelo decente.
Distopia. Um blogue sem leitores.

2.9.09

Deveria organizar-se um concurso. O tema seria o seguinte: Qual o blogue português sobre literatura mais irritante?
Quanto a mim, apetecia-me que me apetecesse foder, mas só me tem apetecido estar sozinho, e assim não dá.
Enviou-me ontem uma SMS a dizer que mandou uma foda.